terça-feira, 1 de março de 2011

... e depois de tanto tempo....

Depois de amanhã farei minha primeira diária com a Katia na série da HBO. Passei um mês numa pré bem cansativa. Nas normas estabelecidas não por mim eu deveria estar descansando para entrar nesse próximo mês. As filmagens serão bem pesadas, sem direitos a erros. Com o Caito conseguimos cumprir sem maiores problemas. Agora, sob a batuta da Katia não sei o que esperar. Não a conheço o suficiente para prever por onde andaremos nessas próximas semanas. Torço pelo melhor.

sábado, 9 de outubro de 2010

Amanhã vou fazer minha primeira diária dos horríveis e maçantes filmes da Procter com que fui presenteado lá na Movie. Após um mês de uma mediocridade atróz vinda de todos os lados estamos na beira de terminar o serviço. Idas e vindas de pura idiotice publicitária com criativos cagões e atendimentos omissos sem capacidade de conter um cliente sem nenhuma criatividade e com muito medo; medo da bronca que pode levar do seu superior, medo de acertar num filme um bocadinho mais ousado, medo da surpresa que poderia advir da aceitação do jogo.
A cada passo que me aprofundo nesse lamaçal da criatividade brasileira mais me enterro numa espécie de mágoa e depressão comigo mesmo.
A mágoa possivelmente seja por minha extrema falta de coragem.
Espero poder algum dia ler isso tudo e sorrir....

domingo, 25 de abril de 2010

Alice Burton

Hoje fui assistir Alice do Tim Burton.
Confesso que minha empolgação era mínima, há tempos que me desencantei com nosso amigo Burton. Acho que se repete demasiado. Meu saudosismo ranheta sonha com a primeira safra; Beetlejeuse, Edward, Ed Wood e até Sleepy Hollow. Acho que o caldo desandou com Big Fish, que muitos adoram e até acham seu melhor filme. Tenho restrições à tentativa duma fábula familiar.
Enfim, hoje fui à Alice como tenho ido e sofrido a todos os novos rebentos do cara. Já havia lido críticas preocupantes mas meus filhos estavam com vontade, vá lá...
Pois bem, como o previsto Mr Burton escorrega novamente. Transforma a anarquia formal e narrativa do livro em um filme de ação fantasioso. Chega ao ponto de transformar nossa heroína numa empreendedora mercantil(!?). Novos tempos, novas fases, novos parceiros.
Não vou nem falar aqui na computação de quinta categoria (nos dias de hoje, pós Avatar, é difícil e arriscado enfrentar a batalha do CGI)com um Crispim Glover de papel andando de um lado para outro, nem na atuação sofrível do Johnny Deep. Nem mesmo vou reclamar da mesma trilha requentada do Danny Elfman.
Só duas coisas me chamaram a atenção. Burton "insere" seu mundo particular em Wonderland; procure um pouco e verá...
A outra coisa foi a protagonista (Mia Wasikowska), uma graça. Tem uma beleza natural, sem esforço. Uma presença forte e calma ao mesmo tempo. Só me irritou um pouco a maquiagem propositalmente esbranquiçada no rosto. Ela, ao que parece, sai incólume pelo emaranhado sem sal.
Até mesmo a Sra Burton (ele e sua mania de "enfiar" a esposa, ou namorada em cena), Helena Bohan Carter sai-se sem maiores arranhões.
Detalhe curioso: a rainha branca de Anne Hathaway é muito inspirada na mãe falecida de Sleepy Hollow de Lisa Marie. Será uma ponta de saudade?

domingo, 21 de março de 2010

Será que eu estou acomodado?
Respostas num futuro próximo...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Em busca de um sentido na vida.....



Ontem fui assistir Up da Disney com a família.
Ando meio de mau humor ultimamente, achando que tudo o que faço é um pouco sem sentido, reuniões onde se discute nada, se muda de idéia a cada 15 minutos, sem a preocupação de como isso vai afetar alguém. Nossa (nós da propaganda brasileira) falta de respeito por tudo e todos.
De tempos em tempos passo por esse tipo de discussão interna. Hoje já me preocupo menos com isso, uma vez que sei, em média, quanto durará esse sentimento. Não mais que um filme, talvez não mais que uma ou duas semanas. Daqui há pouco me verei feliz com um novo projeto (e principalmente o dinheiro que advém com isso), relevarei novamente a imbecilidade da nossa área, sublimarei meu asco e seguirei em frente até a próxima crise de consciência. Pobre rapaz pobre....
Bem, como ia dizendo lá em cima, fui assistir a Up ontem. Belo filme (como todos da Pixar) com uma diferença para os outros. Uma tristeza profunda surge de dentro dos personagens.
O senhor Carl, o aposentado vendedor de balões, é de um sofrimento atroz. Depois da perda da esposa (que conhecera quando era um garoto e com quem vivera toda a vida), pressionado por um Mundo em expansão (pessoas como nós preocupadas com seus empreendimentos, no caso a construção de novos edifícios), tenta desesperadamente um sentido para que sua existência não tenha sido em vão. Detalhe curioso: Quem faz a dublagem desse personagem em português é nada menos que Chico Anísio (que, me parece, às vezes lembra em muito esse sentimento expresso por Carl)
Russel, um garoto chinês, escoteiro e solitário (sua mãe aparece no final do filme) provavelmente de pais separados, procurando um pai e um amigo.
Duc, pobre e desprezado cachorro em busca de algum carinho.
Pois bem, esses personagens perdedores se encontram na busca de um sentido em suas vidas, nem sempre claro a princípio, mas fundamental em suas vidas.
Chorei algumas vezes durante a projeção tocado pela solidão de todos no filme (inclusive do vilão, cercado de cachorros) mas ao fim me senti feliz; graças ao otimismo dos filmes família. Pensei na minha vidinha e saí do cinema pensando que ainda estou no lucro (ou seja, melhor do que o Carl do início do filme). Pensei também que posso mudar minha história quando quiser e isso é um alento.
Bela tarde de Domingo chuvosa.....

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pinocchio


A sala estava vazia quando ele chegou, tudo apagado. Já havia passado pelo porteiro sonolento e corria para aprontar uma lista das pessoas para a pasta de reunião. Acendeu a luz e se jogou na tarefa se sentindo o maior dos irresponsáveis.
-Por que não fui dormir mais tarde? - se perguntou
-Porque já era uma da manhã e você está aqui às Sete e Meia! - respondeu irritado.
Sua assistente chegou em seguida. "Que bom que ela está aqui".
Pronto, serviço terminado na hora que o responsável pela impressão vai chegar, Oito horas.
...
Oito e Meia. "Estou na Paulista, em meia hora chego aí...", pelo telefone...
...
Nove
...
Nove e meia. "Não vou brigar com você porque é uma besteira (será?), mas queria que você soubesse que vai me foder"
"Sério? Por que?"...
...
Meio-dia. Escrevia uma pequeno desabafo tentando se acalmar enquanto espera o Teste de VT ficar pronto (?!?)
...
Pensa consigo: " Por que ainda acredito nas pessoas?"
...
Sem resposta...
...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Arte da Guerra


Vive-se debatendo qual o melhor filme de guerra de todos os tempos. O debate às vezes fica acalorado, alguns preferem a ação, outros a reflexão. Alguns apoiam a visão dos heróis, os vencedores (normalmente a Americana), outros gostam da visão dos perdedores (um caso é o filme A Queda, os últimos dias de Hitler), alguns (na verdade a maioria) gosta do ponto de vista das vítimas, por isso a avalanche de filmes sobre o Holocausto.
Com isso milhões de títulos surgem como possíveis candidatos ao posto de Maior Filme de Guerra de Todos os Tempos. Nas minhas andanças por aí sempre me deparo com alguns títulos que sempre se repetem nas mais variadas listas: Apocalipse Now, do Coppola; Glória Feita de Sangue, do Kubrick; Vá e Veja, de Elem Klimov; Johnny Vai à Guerra, de Dalton Trumbo; Platoon, do Oliver Stone e, mais recentemente os dois do Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler. Desses todos só não havia assistido o do Trumbo e do Klimov.
pois bem, hoje sanei uma das lacunas, vi há poucos minutos o filme do Klimov, Vá e Veja.
Realmente é tudo o que falam e mais um pouco.
Impressionante a câmera de Klimov, uma câmera que s
egue os personagens pelas florestas da Bielorússia. Klimov faz uso incessante do steadycam (para quem não sabe, em linhas bem gerais, é um colete que fica preso ao operador de câmera e por meio de contra-pesos faz com que a imagem balance quase nada).
Dá até pra entender porque depois desse filme ele nunca mais dirigiu e afirmou que perdeu o interesse. Um petardo.


A opção de Klimov por fazer os ator
es olharem diretamente para a câmera (prestem atenção
nisso, se repete inúmeras vezes durante o filme) é um verdadeiro achado, parece que todos nos confrontam "você está vendo isso?!", genial.
O som, com sua proposital cacofonia e alternância
de volumes, tem função importantíssima na obra nos transportando para dentro da cabeça do pobre Florya.
Há uma história muito difundida que Klimov hiponotizou o garoto (
Alexei Kravchenko) para aumentar a dramaticidade e, ao mesmo tempo, protegê-lo de danos psicológicos mais profundos. Verdade ou não o que interessa é a expressão de real desamparo com que Florya insiste em no lançar. Imagino isso na tela enorme do cinema...
Na verdade o título de melhor filme de guerra de todos os tempos ainda tem muitos rounds pela frente mas que, desde 1985, tem uma cara que derruba muitos adversários em cima do ringue, isso tem.
Vá e Veja deveria ser filme obrigatório de qualquer curso de Cinema que se preze.
Em tempos, Minha Lista de filmes de guerra é essa:
1º Vá e Veja, Elem Klimov
2º Glória Feita de Sangue, Stanley Kubrick

3º Apocalipse Now, Francis Ford Coppola


Na foto (esq para dir) Adamovich, roteirista e Klimov.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cegueira


Hoje fui assistir ao filme do Fernando Meirelles, Ensaio sobre a Cegueira, baseado no livro de José Saramago.
Ainda vou precisar de algum tempo para formatar melhor na minha cabeça se gostei ou não do filme.
Quando soube que o Fernando iria fazer a transposição do livro (um dos melhores que li na minha vida) fiquei bastante empolgado, haja vista os bons filmes anteriores dele (Menino Maluquinho 2, Domésticas, Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel).
O primeiro trailer a que assisti me desanimou sobremaneira, com aquele visual "comercial de margarina". Será que o Fernando errara tanto na mão?
Veio então a apresentação em Cannes e a saraivada de críticas negativas. Xiii, achou que o caldo desandou...
Nova edição e comentários daqui e dali dizendo que tinha melhorado muito (outros dizendo que continuava na mesma). Nova espera...
Finalmente estreiou (12/09). Procurei não ler muitas críticas (confesso, acabei lendo a do Inácio Araújo, que acabou por dizer que as falhas do filme já vinham do livro e acaba quase por inocentar Fernando) na esperança de que pudesse ter um julgamento mais isento quando o assistisse.
Fui com a Selma hoje à tarde (meia entrada sempre ajuda), nos sentamos numa sala quase vazia (havia só duas amigas lá dentro) e esperamos pacientemente vendo aos intermináveis e chatos trailers (destaque, negativo, para o filme A Guerra dos Rocha...)
Uma das minhas grandes expectativas era da cena inicial, onde o primeiro homem perde a visão, uma das melhores entradas de livro da história. Algo se perdeu na adaptação, o tempo elástico das elucubrações do narrador foram diminuídas. Perdeu-se também o suspense do momento que descobrimos o que fala o homem. Uma pena.
Não, minha impaciência vai voltar a atacar contra o pobre Meirelles? Espero que não.
Continuo a ver e gosto da fotografia corajosa do César Charlone com seus brancos infindáveis, seus estouros propositais, focos quase etéreos e demais abstrações.
Não sei se gosto do elenco; Juliane vai bem, como sempre (apesar de ter o choro mais feio do Cinema mundial...), Rufallo não me empolga, Glover pouco faz para se comprometer, a mesma coisa com Alice Braga; Gael não me agrada, mas gosto do contador (Maury Chaykin).
Há muitos outros momentos que me pareceram estranhos, esquisitos, fora de compasso mas a minha memória do livro pode estar me enganando (acabo de ver meu exemplar: o li há dez anos). Não, não sou um fã de adaptações fiéis (e talvez seja esse o problema, me parece que está tudo fiel demais), só espero um bom filme.
Preciso de tempo, como disse lá em cima, para digerir tudo o que vi; clarear na minha cabeça as informações. Refazer e organizar os sentimentos do livro e do filme. Minha primeira impressão é de uma leve decepção...

domingo, 14 de setembro de 2008

Linha de Passe


Fui ver o novo filme de Walter Salles e Daniela Thomas, Linha de Passe.
Bom filme com boas atuações de todo o elenco. O óbvio é dizer que Sandra Corveloni se destaca, uma vez que ganhou o prêmio de atuação em Cannes, mas o elenco, como um todo vai bem. 
Gosto bastante dos filmes do Walter. Assisti a todos desde A Grande Arte. Me emocionei bastante com Central do Brasil, Terra Estrangeira e  Diários de Motocicleta. Lutei sinceramente para me apaixonar pelo Abril Despedaçado mas não deu. Acho que Água Negra tem suas qualidades (apesar de inferior, levando-se em conta o filme de gênero, ao original japonês).
Talvez esse filme acabe, com o tempo, passando para uma posição mediana na carreira do Walter.
Gosto desse Cinema que acredita no ser humano.

domingo, 22 de junho de 2008

Em Compensação...

No meio da tarde sem graça de sábado, dia chuvoso e frio, ligo a tv na emissora do Bispo e vejo o fim do segundo tempo do jogo da copa da UEFA entre Holanda e Rússia. Não levando em consideração a euforia desmedida do narrador, que usa a expressão "que jogo emocionante" como se fosse vírgula, me sinto capturado pela Rússia, que tenta a todo momento (mais na prorrogação) o gol e que mesmo vencendo resolve substituir um atacante por outro...
Fiquei pensando no nosso escrete canarinho comandado pelo anão da branca de neve, como aquele jogo desinteressante enfrentando o pessoal que veio do frio.
Os enko e ovsky(s) da vida iriam arrasar nossos ouza e ilva(s).
Ok, vou torcer pra Rússia nessa copa (a UEFA, é claro) contra a Espanha (chata também) que sofreu para ganhar da Itália (ai, meu Deus!) nos penaltis hoje.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Futiba chato...

Hoje assisti ao famigerado e chato jogo da seleção canarinho com nossos hermanos argentinos. Nada a dizer a não ser a falta total de jogo. Os hermanos bem que tentaram no final com o Messi, mas aquilo estava bem chato. O pior de tudo é ter que aguentar o INSUPORTÁVEL Galvão Bueno tentando amenizar nossa incompetência e a modorra que foi esse jogo... AAFF... que sono...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Circo


Que delicioso sorriso surge da criança ao meu lado. Os cantos da boca se movem rapidamente, no ritmo da piada contada lá no picadeiro.
Me imagino sorrindo assim quando ainda tinha meus poucos anos. Anos idos, anos vividos.
Tenho uma ponta de inveja das risadas soltas da molecada. Sinto falta da ingenuidade de criança; a piada era só isso, uma piada, engraçada e divertida às pampas. Hoje ficamos, nós adultos, tentando achar significados, tentamos descobrir e "apreciar" a estrutura dela, a piada.
A água espirrada pelos palhaços sapeca os rostos risonhos que se escondem e reclamam como quem pede "me molha mais, tio". Os adultos, às vezes se irritam com a molhaceira. Temos vergonha de subir ao palco, pagar um mico. As crianças imploram para serem vistas. Algumas chegam a sair desapontadas por não participarem o suficiente. Nós, ao contrário, saímos aliviados pelo anonimato.
Ontem voltei um pouco no tempo e resolvi participar do espetáculo. Resolvi pagar um "mico". A camisa amarela escolhida em casa talvez mostrasse um desejo escondido de ser visto. O palhaço veio na minha direção e estendeu seu microfone. Perguntou meu nome. Subi, sorri, brinquei e nem sofri muito (a não ser, lógico, os litros de água que minaram nervosos). E sabe o que mais me alegrou? Uma menininha sentada no chçao me olhou e disse que eu estava engraçado lá no palco. Ganhei o dia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Kity em casa

Minha amiga kity veio por aqui ontem. Passamos, como de costume nos nossos encontros, falando e vendo milhares de coisas sem conseguir falar sobre o que deveríamos. Culpa de nossos esparsos encontros. Se não me engano, faz um ano que ela não aparece por aqui. Passei para ela algumas coisas: Os filmes que ela havia me pedido com adaptações de Beckett.

SITE BECKETT ON FILM
O projeto chama-se Beckett on Film, com 19 filmes adaptados de peças dele. Esperando Godot, Fim de Jogo, Dias Felizes, etc. Bom elenco e diretores de respeito. O duro, pra mim, será acompanhar tudo sem legendas... E o texto, como se espera, é muito importante. Notícias logo mais.
Passei também as séries Californication e Heroes para ela se divertir. E vai, viu.

SITE CALIFORNICATION
Coisa fina a primeira delas. A saber: Escritor (DAVID DUCHOVNY
, escapando da sina Arquivo X) em crise criativa e emocional; a eterna namorada (NATASCHA McELHONE ) vai se casar com outro e a filha de 13 anos começa a descobrir sua sexualidade. Personagens ótimos e texto interessante são a constante. Doze episódios da Showtime (aqui na Warner), um dos grandes fornecedores de séries descentes (vide Weeds e Dexter).
Ela me passou uma raridade, aliás duas: os dvds da trupe teatral Le Theatre du Soleil (que há pouco se apresentou por aqui com Le Efemeres), Le Dernier Caravansérail (espetáculo anterior) e Un Soleil à Kaboul 9(documentário sobre o Workshop promovido por eles no Afeganistão).


SITE LE THEATRE DU SOLEIL
Servem como consolo para o idiota aqui que perdeu as apresentações da peça.
Voltarei a falar disso novamente (não da idiotice, mas, é logico dos Dvds).

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sem Título

Algumas coisas:
Fui no VideoBrasil ver os outros Tulse Luper. Ainda gosto mais do primeiro, mas a solução final é muito boa!
Mostra chegando com Jia e os filmes que falei anteriormente; os premiados de Veneza e Cannes, Lynch, Cronenberg, Coen e um francês (que não lembro o nome agora) que tem um resumo de filme muito bom...
Fui ver o Tropa de Elite hoje (no Cinema, claro, e olha que nem vi pirata...).Preciso deglutir o filme um pouco melhor. No geral gostei. Volto a falar logo...
Começou mesmo o nosso filme... Estação Liberdade. Vamos torcer pra tudo dar certo.
...
Ah,... parei o livro de novo... Não falei pra não criar expectativas?

domingo, 26 de agosto de 2007

O LIVRO

Acho que vou tentar continuar meu livro. Deixei-o de lado por muito tempo e agora, quem sabe? vou terminá-lo. Melhor não criar muitas expectativas...

domingo, 29 de julho de 2007

Coisas...

Ando passando os dias em casa fuçando na Internet. Tenho sentimentos conflituosos quanto a isso. Por um lado odeio ficar sem perspectiva de trabalho à vista, uma vez que as contas nunca dão trégua, despencam sem qualquer compaixão. Por outro lado é um tempo para pesquisas (que eu nunca sei muito bem pra que e pra onde vou com tudo isso), baixou músicas, filmes, textos; vejo coisas, escuto outras, descubro novos sites e visito os antigos.

Ultimamente andei atrás de alguns cineastas.
Jia Khangke (chinês) é um deles; assisti a dois de seus filmes, Still Life e Xao Wu. A princípio nada me empolgou muito para justificar a fama de "leading figure of Sixth Generation" como diz o ensaio sobre ele do site Sense of Cinema. Passados alguns dias e os dois filmes não me saem da memória, uma sensação interessante eu diria. Me faz acreditar na longevidade dele como autor, seus filmes, com um despojamento generalizado (ação, câmera, movimentos...) grudam em nossa memória e trazem discussões e visões sérias sobre esse gigante desconhecido chamado China. Questões que nos são menos divulgadas, pois não interessam ao governo chinês (que não permite a distribuição dos filmes de Jia por lá) mais interessado nas pirotecnias visuais da última leva de épicos chineses (Herói, Clã das Adagas Voadoras, A Promessa, Guerreiros do Amanhecer...). Não se enganem, eu gosto de vários desses filmes, mas me interessei pelos modestos (na forma) filmes de Jia. Vou ver mais filmes dele e volto em outro momento com mais coisas.

Outros dois cineastas, esses das antigas que me interessaram no momento são Werner Herzog e John Cassavetes. O primeiro por causa de uma bela entrevista dada à revista Filmmaker sobre o lançamento de Rescue Dawn e o segundo por causa de um documentário sobre Cinema Independente Americano que assisti hoje na tv a cabo (se não me engano chama-se Na Contramão). Estou tentando ver alguns filmes menos conhecidos do primeiro e alguns do segundo que quase ou nada têm lançados no Brasil.
Do Werner são três documentários (Little Dieter Needs To Fly; Fata Morgana; Land Of Silence And Darkness) e um de ficção (Even Dwarfs Started Small) e do Cassavetes os filmes mais famosos
(Shadows; Faces; A Woman Under The Influence e Gloria). Minhas espectativas são grandes pelos artigos que li.

Aproveito meu tempo para ver séries de tv (que prefiro baixar a ter de esperar a boa vontade das tvs do Brasil) e recomendo três delas: Weeds, ótima série, que dá um banho da ultra badalada Desperate Housewives; Dexter, sobre um serial killer que trabalha na polícia (!) e uma série antiga e inédita no Brasil, Black Adder, com Rowan Atikinson, o Mister Bean. Essa série foi considerada numa votação no site da BBC uma das melhores comédias de todos os tempos lá pelos lados da Rainha.

Livros são poucos, e só eu sei como me martirizo pela meu abandono, mas lí dois nos últimos tempos: Harmada, de João Gilberto Noll, que não me tocou muito. Me pareceu um pouco disperso além da conta, mas tem seus méritos e alguns momentos bem interessantes. Gostaria de assistir a versão para o cinema do Capovilla...

O outro livro é uma grande obra; Desonra, de J.M. Coetzee. Recomendo com louvor. Uma narrativa forte e seca sobre a derrocada moral de um professor universitário. Duas coisas me agradam demasiadamente; sua defesa esmagando intelectualmente seus opositores num caso de assédio e sua dificuldade em entender a atitude de sua filha frente à violência que se abateu sobre eles.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Transformers e a imposição do pensamento


Há algo de nocivo no Cinema Americano para massas. Uma certa imposição de olhar que nos força a um tipo de pensamento dominante, no caso o do americano médio, truculento e virado para o próprio umbigo.
Ontem fui ver o novo filme de Michael Bay, "Transformers". Não por vontade ou por goste dele, pelo contrário acho-o um dos piores cineastas do mundo, apesar de sua "maestria" em criar filmes "americanoépicos". Desde do insuportável "A Rocha", passado pelos odiosos "Armagedon", "Pearl Harbor" e no apenas mediano "A Ilha", sua características não mudam, estão lá a câmera lenta nos momentos-chave, a música épica e emocional, as tele-objetivas, o pôr-do-sol amarelado com silhuetas, os movimentos de câmera rápidos, o shake de câmera, a montagem picotada onde pouco se vê, os contra-luzes, o óleo espalhado nos corpos, enfim, todas as coisas que ele "importou" da mais odiosa e inútil das "artes", a propaganda.
O perigo desse tipo de filme está justamente nessa manipulação e anestesiamento dos sentidos do espectador. Camuflado por dezenas de técnicas de construção o filme empurra sua visão de mundo tacanha e paranóica. Michael Bay (mas não só ele) se especializou nesse tipo de filme.
Estou cansado de ver aquele plano da bandeirinha americana tremulando presa num carro ou numa casa. Não suporto ver a "sagacidade" e esperteza dos americanos. A força e caráter dos Militares americanos.
Transformers não se furta de utilizar as mais baixas e insuportáveis técnicas de persuasão do Cinemão Americano. O robô bom principal Optimus Prime tem as cores da bandeira americana. Os diálogos são recheados de piadinhas e "sacadas" para nos fazer rir. Temos o herói anti-herói (Sam, o rapaz que compra o carro) que acaba por ganhar a menina mais linda e gostosa da turma (Mikaela) que namorava um imbecíl jogador de futebol americano (que em um futuro próximo será o marine que lutará até a morte para defender o American Way of Life). Temos os gênios jovens da informática (Maggie e Glen) que conseguem descobrir coisas que os maiores analistas de sitema do governo americano não vêm (claro, todos figurantes). Temos o chefe do governo bonzinho que entrega a salvação do mundo nas mãos de cidadãos comuns (Secretário da Defesa John Keller). Temos o projeto secreto criado há muitos anos com personagens misteriosos, porém engraçados (Agent Simmons). Os soldados bonitos, fortes, pais de família, mas dispostos a tudo para salvar o país (Capitão Lennox e Sargento Epps), e ainda melhor, um branco e um negro para contrabalançar as cotas.
Estão lá também as cenas dos pilotos subindo nas aeronaves americanas no contra-luz amarelado com as mesmas tele-objetivas que o Tony Scott (outro diretor que, apesar de ter filmes bons no currículo, deve-se tomar cuidado) usou em Top Gun.
Os adolescentes (e demiolados adultos da platéia) adoraram, é claro, mas a de se pensar o quanto da ideologia americana foi enfurnada na cabeça deles. A paranóia americana contra as invasões externas, sejam elas chinesas, coreanas, iranianas, russas (ainda!?), ou alienígenas está lá, sendo resolvida por "todo" povo americano, que quando é insultado e instado a fazê-lo torna-se o maior dos heróis. As frases que se repetem para "amarrar" o roteiro (No Sacrifice, no victory; sem sacrifício, não há vitória).

Transformers (e seu comandante, Michael Bay) representa o que de pior se faz no Cinema Americano e mundial, o uso do dinheiro ilimitado (no caso 150 milhões de orçamento) para a imposição de uma idéia através do que parece ser somente um inofencívo entretenimento.
Devemos ficar atentos e prontos a rechaçar esse tipo de atitude.
Cuidado com os Transformers, os 300, os Armagedons, os Top Guns, os Black Hawk Down(s), os Guerra dos Mundos, os Sargento York (isso, o passado também é odioso), os Bay, os Bruckheimer, os Spielberg (sim, ele também em vários casos...) e tantos outros...

sábado, 30 de junho de 2007

Força Velhão


Hoje fui ver meu pai no Hospital. Foi operado. Cancêr na Próstata. Parece que tudo se resolverá bem, mas a visão dele na cama mexeu um pouco comigo.
Quando somos crianças sempre acreditamos que nosso pai é forte e inteligente, que estará sempre lá para nos apoiar.
Na adolescência nos deparamos com um Pai falho, que não entende nossas necessidades e autoritário, que nos impõe regras quando não queremos nenhuma.
Adultos começamos a descobrir que ele não é tão forte assim. Nos pegamos dando broncas nele por burradas ou mesmo atitudes impensadas e começamos cada vez mais a nos parecermos com ele.
Hoje tive a visão de quão fraco ele pode ser... A doença pode levá-lo algum dia (e espero que demore muito) e somos também impotentes quanto a isso. O vi deitado na cama, com os olhos fechados e ânsia de vómito (por causa da anestesia) e ouvi da minha mãe uma verdadeira e real frase de amor. "O meu velho está bonito". Ele sorriu. Depois dormiu.
Sei que nunca fomos uma família muito amorosa e, acho, bem distantes uns dos outros. Eu e meu irmão quase não nos falamos e dificilmente nos abraçamos meu Pai e eu. Mas hoje, o vendo alí, deitado com aquele monte de fios e tubos na UTI do Hospital pensei em tudo que ele nos ensinou e fiquei agradecido.
Força Velhão.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Zodiaco



Ontem fui ver o novo filme do David Fincher, Zodíaco.
Gostei bastante.

Feito em HD sem compressão. Nem se percebe. A não ser por um tom de pele "plástico" que eu já havia notado no Senhor dos Anéis. Sei lá, preciso conversar com fotógrafos...
Ótimo elenco

Bem contado, ganha muito no momento que o Cartunista (Jake Gyllenhaal) vem para o centro do filme. Aliás, bem interessante essa forma de contar, cada um dos três personagens principais (além de Jake, Robert Downey Jr e Mark Ruffalo) tem seu momento. O do Jake é o melhor, e mais interessante.
Um filme em que a preocupação
é a busca e não o resultado dela.

VIVA, o Fincher Voltou!!!! (depois do equívoco do Quarto do Pânico)


PS: como curiosidade achei alguns outros filmes com base no mesmo assassino AQUI. Acho que só o de 2005 vale a pena (que também tem no elenco Philip Baker Hall) AQUI. No mais, o comentário satírico fica para o Ulli Lommel, que cometeu dois!!AQUI1 AQUI2

PS2: Ainda vou fazer um post sobre o Ulli Lommel... acho que vale a pena...

Brasil



Ok, ok, ok,
Estava em débito com os filmes nacionais e resolvi aproveitar o feriado para me atualizar. Queria ver três: O Cheiro do Ralo, Baixio das Bestas e Não por Acaso. Pelo que tinha lido e pelo retrospecto dos diretores (Heitor Dhalia, Claudio Assis e Philipe Barcinski) apostava minhas fichas no último deles. O primeiro filme do Heitor (Nina) é fraco... bem fraco. Bela fotografia e atuações esterotipadas (A Nina e sua versão clichê da roqueirinha dark
rebelde...). O do Claudio (Amarelo Manga), apesar de festejado, me pareceu excessivo, com atuações beirando a histeria, cenas feitas só pra incomodar (como as do matadouro) e um discurso que a mim incomoda profundamente, a tentativa de se excluir dos males da gentália brasileira. O "artista" que toca na hipocrisia da sociedade (algo que o famigerado Sergio Bianchi costuma vomitar na nossa cara). Isso sem contar a aparição despropositada do diretor.
Barcinski, do qual havia visto antes o curta Palíndromo, me parecia interessante e o trailer de seu filme me capturou (aliás, verdade seja dita, os três trailers são bem interessantes e cumpridores de seu papel, nos dão vontade de assistir aos filmes sem nos contar muita coisa).
Obviamente, como todos os plano que faço, não consegui realizar a empreitada. Optei por ver os dois mais antigos, Não por acaso acabara de entrar em cartaz e durará (espero) mais algumas semanas.
Vi os dois no mesmo dia (sábado, sessões das 20:10h e 23:20h), o que talvez não seja muito apropriado, uma vez que o primeiro filme acaba não tendo o tempo necessário de maturação em nossa mente para que se forme uma opinião mais duradoura, mas... nas minhas circunstâncias, era o possível.

Baixio: Mais interessante que Amarelo Manga (ainda que os "defeitos" que apontei acima ainda estejam lá, em menor grau). Trata da degradação (por isso bestas) da população de um vilarejo (o Baixio) perdido no meio do Nordeste. A Hipocrisia do Avô/Pai que faz um discurso sobre a falta de moralidade e hombridade do local enquanto pratica um ato muito pior com sua neta é um ponto interessante.
A classe mais abastada do local se parece com uma espécie de mistura entre Kids (Larry Clark) com O Ódio (Mathieu Kassovitz). Amoral e Imoral, sem metas ou esperanças, sonhos ou gratidão. Vive uma vida vazia e egoísta, em busca de uma satisfação Sádica de humilhação da classe "inferior" (no caso as Putas e lavadeiras virgens).
Não há responsabilidade nem comprometimento de ninguém. Não existe nenhum personagem "bom". Existe tão somente os ingênuos e os cegos (que fingem não ver nada).
O que me incomodou nesse filme foi a falta de ir aos limites sugeridos por Claudio, digo isso principalmente na cena do ataque da neta pelo filho abastado da cidade. Assis cria um ambiente de desconforto no espectador mas evita uma encenação mais realista; o ataque me parece por demais coreografado. Não entendo o pudor de Assis em mostrar, por exemplo, o
pau do ator. Todos se viram para que nada apareça. Isso em mim causa um sentimento de afastamento da cena, uma vez que ela foi concebida de forma realista, mas se recusa a continuar nesse tom. Até parece que estão preocupados com a censura de classificação ...
Outro ponto que me desagrada é a invasão da casa do avô, alegórica demais para esse tipo de filme.


Cheiro do Ralo: O vi após, em outra sala de cinema. O filme vem seguido de enorme campanha da crítica e um forte boca a boca, além de prêmios em vários festivais. Já entro com uma "carga" colocada em meus ombros, mas...
O filme tem boas idéias, atuações e soluções interessantes, mas me desagrada muito a insistência (que é compartilhada por toda a publicidade e alguns filmes internacionais) na estética anos 70, "sim, somos modernos e descolados porque gostamos do retrô, do vintage". Ai, ai, ai...
Palmas para o Zé Bob, pela fotografia, para a Bunda, pela "grande atuação" (não resisti) e principalmente para o Lourenço, pelo livro e por sua aparição iluminada.
Acho mesmo que o filme seria muito melhor se o próprio Lourenço vivesse o personagem principal. Claro, claro que o Selton Melo está bem (não, esse não é seu melhor momento, como repete a crítica desinformada desse país, não esqueçam de O Auto da Compadecida e Lavoura Arcaíca), mas o acho um erro para o filme, que ficasse só como produtor executivo.
No saldo final gostei dos filmes (mais do que os anteriores dos dois diretores) mas fiquei com uma ponta de remorso por não ter visto o filme do Barcinski.