quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Arte da Guerra


Vive-se debatendo qual o melhor filme de guerra de todos os tempos. O debate às vezes fica acalorado, alguns preferem a ação, outros a reflexão. Alguns apoiam a visão dos heróis, os vencedores (normalmente a Americana), outros gostam da visão dos perdedores (um caso é o filme A Queda, os últimos dias de Hitler), alguns (na verdade a maioria) gosta do ponto de vista das vítimas, por isso a avalanche de filmes sobre o Holocausto.
Com isso milhões de títulos surgem como possíveis candidatos ao posto de Maior Filme de Guerra de Todos os Tempos. Nas minhas andanças por aí sempre me deparo com alguns títulos que sempre se repetem nas mais variadas listas: Apocalipse Now, do Coppola; Glória Feita de Sangue, do Kubrick; Vá e Veja, de Elem Klimov; Johnny Vai à Guerra, de Dalton Trumbo; Platoon, do Oliver Stone e, mais recentemente os dois do Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler. Desses todos só não havia assistido o do Trumbo e do Klimov.
pois bem, hoje sanei uma das lacunas, vi há poucos minutos o filme do Klimov, Vá e Veja.
Realmente é tudo o que falam e mais um pouco.
Impressionante a câmera de Klimov, uma câmera que s
egue os personagens pelas florestas da Bielorússia. Klimov faz uso incessante do steadycam (para quem não sabe, em linhas bem gerais, é um colete que fica preso ao operador de câmera e por meio de contra-pesos faz com que a imagem balance quase nada).
Dá até pra entender porque depois desse filme ele nunca mais dirigiu e afirmou que perdeu o interesse. Um petardo.


A opção de Klimov por fazer os ator
es olharem diretamente para a câmera (prestem atenção
nisso, se repete inúmeras vezes durante o filme) é um verdadeiro achado, parece que todos nos confrontam "você está vendo isso?!", genial.
O som, com sua proposital cacofonia e alternância
de volumes, tem função importantíssima na obra nos transportando para dentro da cabeça do pobre Florya.
Há uma história muito difundida que Klimov hiponotizou o garoto (
Alexei Kravchenko) para aumentar a dramaticidade e, ao mesmo tempo, protegê-lo de danos psicológicos mais profundos. Verdade ou não o que interessa é a expressão de real desamparo com que Florya insiste em no lançar. Imagino isso na tela enorme do cinema...
Na verdade o título de melhor filme de guerra de todos os tempos ainda tem muitos rounds pela frente mas que, desde 1985, tem uma cara que derruba muitos adversários em cima do ringue, isso tem.
Vá e Veja deveria ser filme obrigatório de qualquer curso de Cinema que se preze.
Em tempos, Minha Lista de filmes de guerra é essa:
1º Vá e Veja, Elem Klimov
2º Glória Feita de Sangue, Stanley Kubrick

3º Apocalipse Now, Francis Ford Coppola


Na foto (esq para dir) Adamovich, roteirista e Klimov.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cegueira


Hoje fui assistir ao filme do Fernando Meirelles, Ensaio sobre a Cegueira, baseado no livro de José Saramago.
Ainda vou precisar de algum tempo para formatar melhor na minha cabeça se gostei ou não do filme.
Quando soube que o Fernando iria fazer a transposição do livro (um dos melhores que li na minha vida) fiquei bastante empolgado, haja vista os bons filmes anteriores dele (Menino Maluquinho 2, Domésticas, Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel).
O primeiro trailer a que assisti me desanimou sobremaneira, com aquele visual "comercial de margarina". Será que o Fernando errara tanto na mão?
Veio então a apresentação em Cannes e a saraivada de críticas negativas. Xiii, achou que o caldo desandou...
Nova edição e comentários daqui e dali dizendo que tinha melhorado muito (outros dizendo que continuava na mesma). Nova espera...
Finalmente estreiou (12/09). Procurei não ler muitas críticas (confesso, acabei lendo a do Inácio Araújo, que acabou por dizer que as falhas do filme já vinham do livro e acaba quase por inocentar Fernando) na esperança de que pudesse ter um julgamento mais isento quando o assistisse.
Fui com a Selma hoje à tarde (meia entrada sempre ajuda), nos sentamos numa sala quase vazia (havia só duas amigas lá dentro) e esperamos pacientemente vendo aos intermináveis e chatos trailers (destaque, negativo, para o filme A Guerra dos Rocha...)
Uma das minhas grandes expectativas era da cena inicial, onde o primeiro homem perde a visão, uma das melhores entradas de livro da história. Algo se perdeu na adaptação, o tempo elástico das elucubrações do narrador foram diminuídas. Perdeu-se também o suspense do momento que descobrimos o que fala o homem. Uma pena.
Não, minha impaciência vai voltar a atacar contra o pobre Meirelles? Espero que não.
Continuo a ver e gosto da fotografia corajosa do César Charlone com seus brancos infindáveis, seus estouros propositais, focos quase etéreos e demais abstrações.
Não sei se gosto do elenco; Juliane vai bem, como sempre (apesar de ter o choro mais feio do Cinema mundial...), Rufallo não me empolga, Glover pouco faz para se comprometer, a mesma coisa com Alice Braga; Gael não me agrada, mas gosto do contador (Maury Chaykin).
Há muitos outros momentos que me pareceram estranhos, esquisitos, fora de compasso mas a minha memória do livro pode estar me enganando (acabo de ver meu exemplar: o li há dez anos). Não, não sou um fã de adaptações fiéis (e talvez seja esse o problema, me parece que está tudo fiel demais), só espero um bom filme.
Preciso de tempo, como disse lá em cima, para digerir tudo o que vi; clarear na minha cabeça as informações. Refazer e organizar os sentimentos do livro e do filme. Minha primeira impressão é de uma leve decepção...

domingo, 14 de setembro de 2008

Linha de Passe


Fui ver o novo filme de Walter Salles e Daniela Thomas, Linha de Passe.
Bom filme com boas atuações de todo o elenco. O óbvio é dizer que Sandra Corveloni se destaca, uma vez que ganhou o prêmio de atuação em Cannes, mas o elenco, como um todo vai bem. 
Gosto bastante dos filmes do Walter. Assisti a todos desde A Grande Arte. Me emocionei bastante com Central do Brasil, Terra Estrangeira e  Diários de Motocicleta. Lutei sinceramente para me apaixonar pelo Abril Despedaçado mas não deu. Acho que Água Negra tem suas qualidades (apesar de inferior, levando-se em conta o filme de gênero, ao original japonês).
Talvez esse filme acabe, com o tempo, passando para uma posição mediana na carreira do Walter.
Gosto desse Cinema que acredita no ser humano.

domingo, 22 de junho de 2008

Em Compensação...

No meio da tarde sem graça de sábado, dia chuvoso e frio, ligo a tv na emissora do Bispo e vejo o fim do segundo tempo do jogo da copa da UEFA entre Holanda e Rússia. Não levando em consideração a euforia desmedida do narrador, que usa a expressão "que jogo emocionante" como se fosse vírgula, me sinto capturado pela Rússia, que tenta a todo momento (mais na prorrogação) o gol e que mesmo vencendo resolve substituir um atacante por outro...
Fiquei pensando no nosso escrete canarinho comandado pelo anão da branca de neve, como aquele jogo desinteressante enfrentando o pessoal que veio do frio.
Os enko e ovsky(s) da vida iriam arrasar nossos ouza e ilva(s).
Ok, vou torcer pra Rússia nessa copa (a UEFA, é claro) contra a Espanha (chata também) que sofreu para ganhar da Itália (ai, meu Deus!) nos penaltis hoje.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Futiba chato...

Hoje assisti ao famigerado e chato jogo da seleção canarinho com nossos hermanos argentinos. Nada a dizer a não ser a falta total de jogo. Os hermanos bem que tentaram no final com o Messi, mas aquilo estava bem chato. O pior de tudo é ter que aguentar o INSUPORTÁVEL Galvão Bueno tentando amenizar nossa incompetência e a modorra que foi esse jogo... AAFF... que sono...